


Sou do tempo… em que trabalhar na área da Consultoria era visto como algo influente, de elevado prestígio, que granjeava brilho (sobretudo individual). Uma atividade que nos permitia conhecer muitas pessoas, muitas realidades organizacionais, proporcionando uma aprendizagem constante, sempre em ritmos alucinados, “correrias” e elevada pressão.
Continuo a achar que a Consultoria (e a formação!) nos permite várias dessas coisas, sendo que outras traduzem drives mais questionáveis. Para mim. Ao longo destes 20 anos na área, fui mudando –de forma muito natural- a minha “lente” de análise. Não podemos estar sempre em “correrias”; só é possível um resultado significativo, se mergulharmos em tudo o que a Consultoria nos traz: as Pessoas, o mundo das empresas e as suas circunstâncias. E, para isso, temos que parar, morar naquele Cliente, na sua “casa”, apropriarmo-nos do que generosamente nos é oferecido e ampliar a perspetiva, lutando sempre para sermos merecedores da partilha e entregarmos com Competência. E nesse caminho, transformamos e… transformamo-nos.
É na profundidade da observação demorada que uma imersão nos proporciona, que regressamos com maior luz, para apoiar na viagem de quem confia em nós.
Sobre a “aprendizagem constante” também não é verdade (pelo menos para mim claro). Nem sempre aprendemos (ou crescemos) no processo; nem sempre nos é adicionado algo (e eventualmente também não adicionamos!). Mas se a aprendizagem pode por vezes não ser constante, ela faz-se sempre consistentemente presente. A experiência pela qual passámos não permite que a página fique em branco. Alguma história será contada. E deixará a sua marca e nós continuamos o nosso caminho.
E na Consultoria, em bom rigor, não podemos trabalhar a solo. Os nossos Parceiros de Equipa são chave. Mas este casting que idealmente deveria ser talhado no Céu, não surge de repente: a cumplicidade e a comunhão energizada na forma incondicional como se partilham Talentos e os colocamos ao serviço de algo maior; aquela comunicação que acontece apenas no olhar entre Pessoas que se conhecem bem; a alegria do trabalho conjunto; a co- construção com os Talentos diferenciados e por isso, diferenciadores; as histórias vividas, as que almejamos ainda viver, todo este quadro tem que existir. E dá trabalho chegar a este nível de Campeonato. Muito trabalho.
O que esta área tem de tão magnífico são as Pessoas. Sempre as Pessoas. Nunca deixo de me sensibilizar (às vezes até comover) com a forma tão incondicional como -quem se cruza connosco nas empresas- nos devolve de forma tão generosa o seu Mundo, as suas experiências, a sua “viagem” e o contexto em que opera.
Muitos destes interlocutores são tão inspiradores pela força que revelam, pelo pragmatismo que ecoam, pela Coragem (em períodos de contrariedade), pelo Coração ou pela Competência (poderia agora criar o modelo dos 3C`s;). Estou a brincar. Isto da Consultoria fica (mesmo) em nós… 😉
Há Pessoas realmente Especiais e Memoráveis nas Organizações e por isso, sinto sempre uma grande gratificação quando posso regressar a elas e às Empresas onde já fui Feliz:)
Acho que a Consultoria acertou mesmo nos Clientes que eu queria. 🙂
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