António é o nome fictício de alguém que recorreu à metodologia de coaching para vivenciar um novo ciclo de crescimento na sua vida.
Líder de uma unidade de negócios, com viagens regulares para fora do País onde reside com a família, respostas céleres a devolver em nome de resultados de excelência, trabalhando com equipas de diversos países, pouco era o tempo que lhe sobrava para outras dimensões de vida que também valorizava.
Com a velocidade que imprimiu no seu trabalho e na entrega de resultados magnânimos, foi a “gota de água” quando percebeu que estava a criar admiradores ferozes a par de críticos também gigantes. Apetrechou-se de ferramentas que facilitavam a sua agilidade nas análises, algo fundamental para tomar decisões certeiras, rápidas e avaliar o trabalho das equipas, construindo um conjunto de questões acutilantes que por vezes, destruíam todas as assunções das mesmas, tendo estas de recriar as suas estratégias sem grande satisfação.
Ao fim de 2 anos apaixonados, com um historial de sucesso nos resultados atingidos, parecia que já nada aprendia e queria algo de novo, na sua função ou noutra, também na liderança de equipas.
Mais desafiante que ser líder com poder hierárquico, é ser líder sem esse poder. Era-lhe reconhecida competência máxima, mas…faltava o likable, algo que ainda não estava na medida certa, a seu ver.
Quando chegou a nós, tinha um ponto B a atingir… Como posso comunicar sem destruir e continuar a sentir-me eu próprio? Será que o que quero é possível de construir através do coaching?
Depois de um diagnóstico, apurámos em conjunto o seu estilo de comunicação, as suas forças core, o diagrama de relações que estabelecia associando-as à respetiva qualidade e grau de influência.
Do estilo de comunicação, a tendência para um estilo assertivo era vincada e nas situações em que não percecionava rigor no que lhe apresentavam, um estilo mais agressivo emergia.
Das suas 4 forças principais, denotava-se uma forte tendência a sentir-se motivado por novas aprendizagens, por recolher informação de valor para tomar decisões mais robustas, por estabelecer relações em que os laços de confiança podem ser aprofundados e um talento natural em encontrar a unicidade nas pessoas. No extremo oposto das suas principais forças, encontrava aquilo que o entediava.
Do diagrama de relações, percebemos que algumas mereciam ser conquistadas.
Depois deste trabalho inicial, desenvolvemos nas sessões de trabalho, a jornada, até chegarmos ao ponto B. Para além das ferramentas iniciais de diagnóstico, utilizámos outras técnicas valiosas para que fosse o próprio António a tornar-se consciente da forma como utilizava as palavras e estruturava as conversas. Pela sua grande agilidade percetiva do outro, verificou que até quando escolhia a assertividade, esta soava a agressão pela rapidez com que respondia (tempo inferior a 3 segundos desde que o outro termina o seu dizer) e pela tonalidade da sua voz, fazendo-o também interpretar arrogância e antipatia quando se autoanalisava (para o leitor interessado, observar estudo de Rose & Tyron, 1979).
Para que continuasse a ter resultados com gosto e paixão reenquadrámos a sua motivação por aprender, numa motivação por ensinar o tanto que sabe, passando a desenvolver mais cada um que consigo colaborava em cada uma das suas forças únicas, algo que para ele era um gosto e competência naturais.
Marshall Rosenberg escrevia: “As palavras são janelas ou…são paredes” e foram janelas o que construímos naquelas sessões!